A economia da distração – Parte 3 – A chamada “economia da atenção” já é uma expressão bastante conhecida e usada. Leia aqui a Parte 2.
Este modelo de negócios baseado em atenção surgiu por conta de algo que Marc Andreessen, lendário fundador do Netscape (um dos primeiros navegadores) e da a16z (um dos maiores fundos de venture capital do mundo), classifica como o “pecado original da internet”. Segundo Marc, como a internet não foi construída com pagamentos integrados à sua infraestrutura, por uma série de motivos, a monetização da Grande Rede foi dominada pela publicidade, o que passou a ditar não só o design das plataformas como o tipo de conteúdo oferecido. Não à toa temos hoje redes sociais e websites infestados dos chamados clickbaits, as armadilhas para se gerar cliques usando truques sujos, como títulos propositalmente mal escritos ou com informações incompletas/ambíguas; notícias com conteúdos superficiais; e posts polêmicos, muitas vezes estimulando sentimentos negativos, como divisão entre pessoas, ódio e intolerância contra opiniões contrárias. Se engajamento gera dopamina e cliques geram dinheiro via anúncios, a busca por eles é incessante.
E se a internet está cada vez mais cheia desse tipo de coisa, cria-se um looping infinito do qual as pessoas não conseguem sair, pois sempre haverá uma barra de rolagem pronta para te entregar algo capaz de mantê-lo por mais alguns minutos por ali. Com algoritmos mais poderosos tudo isto só se intensifica. Porém, como estamos falando de, em sua maioria, conteúdos que demandam cada vez menos capacidade intelectual para reagirmos, apenas impulso, não acredito que estejamos colocando nossa atenção neles; estamos simplesmente nos distraindo, mais e mais. Daí o termo “Economia da Distração” em substituição à “Economia da Atenção”.
A economia da distração – Parte 3
Como quebrar isto?
Do lado das pessoas, é necessário disciplina para tentar manter o foco em apenas uma atividade. Aí entram escolhas, como retirar qualquer tipo de notificação do smartphone; bloquear determinados aplicativos em determinados horários; dividir o dia em “blocos de concentração”, nos quais não há interrupções…
Já do lado das marcas, a convenção diz que é preciso jogar este jogo para se manter em evidência, afinal, se não for feito, um concorrente o fará e terá vantagem. Mas por que somente apelar para distração? Por que não tentar ganhar o público com outro tipo de oferta, como conteúdos relevantes e construtivos, relacionamentos mais próximos, em comunidades, participação ativa na criação de novos produtos…? Dá mais trabalho, demanda mais tempo, mas certamente é uma forma de se distinguir de verdade em meio à “epidemia de distração” que vivemos e conseguir capturar de fato a atenção das pessoas. Não só vale a tentativa, como acredito que este será cada vez mais um diferencial na relação entre marcas e seus clientes/fãs.
A economia da distração. Leia as Partes 1 e 2. Original de Felipe Ribbe de Vasconcellos.
Há alguns anos usa-se o termo “Economia da Atenção” para classificar os tempos atuais. Parte-se do princípio de que, em um mundo digital repleto de conteúdos para consumir e apenas 24 horas por dia, a atenção se tornou o bem mais valioso e capturá-la o objetivo de todos. Porém, proporcionalmente à sobrecarga de conteúdos produzidos e publicados, há uma clara diminuição na qualidade. A maioria demanda cada vez menos capacidade intelectual para reagirmos, apenas impulso. Então será que estamos mesmo dedicando nossa atenção ou apenas nos distraindo? Neste artigo explico o porquê de, para mim, estarmos vivendo na verdade em uma “Economia da Distração”.
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Crédito: Publicado por Felipe Ribbe de Vasconcellos – web3 builder | Communities | Innovation | New Technologies
Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/economia-da-distra%C3%A7%C3%A3o-felipe-ribbe-de-vasconcellos/
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